Pia se diz decepcionada com derrota brasileira e pede desculpas por desempenho contra a França

Treinadora da seleção brasileira de futebol feminino, Pia Sundhage pediu desculpas pelo desempenho da equipe em sua segunda partida na Copa do Mundo. A França impôs uma derrota ao Brasil por 2 a 1 com uma atuação abaixo do esperado. Os gols do lado adversário foram marcados por Eugénie Le Sommer e Wendie Renard, enquanto Debinha descontou para a canarinho. Além de se dizer “decepcionada”, a treinadora expressou preocupação com a atitude brasileira na partida.

“O que eu posso dizer é que estou decepcionada com o nosso primeiro tempo. Acho que estávamos preparadas, tudo relacionado a isso tinha sido bom. Mas eu não consegui fazê-las jogar do jeito que elas jogaram nos treinos antes”, afirmou a treinadora a jornalistas. “Eu diria que, para mim, foi decepcionante porque eu acho que as jogadoras que nós temos são rápidas, velozes, mas hoje o primeiro tempo não foi bom e nós temos que voltar e ver como prepará-las para enfrentar a Jamaica. O segundo tempo foi um pouco melhor.”

A técnica sueca também lamentou os erros de passe e posicionamento que aconteceram durante a partida. Para ela, faltou união entre as jogadoras dentro de campo – algo muito debatido durante a preparação para a Copa do Mundo. “Eu estou mais preocupada com o primeiro tempo, não com o resultado em si. Nós não estávamos muito conectadas, estávamos espalhadas, e você não conseguia ver muitas combinações. E eu peço desculpas por isso. Deveria ter sido melhor.”

Pia citou a jogada do segundo gol francês, aos 38 minutos, marcado por Renard. Na jogada, a zagueira de 1,87m coloca a bola no fundo das redes após uma cobrança de escanteio – na marcação, Andressa Alves não consegue impedir o gol.

“Nós planejamos tudo, e se você se colocar no lugar da jogadora, às vezes você simplesmente esquece e assume outra posição. Às vezes, isso é até bom, ter a iniciativa de fazer isso, mas foi um apenas um erro”, disse. “Eu me recuso a falar em certas coisas como erros individuais. Eu não acredito em erros individuais, é sobre o time. Então mesmo que você veja alguém perdendo a bola e, por exemplo, saia um gol, ainda é um time, e existe uma razão pela qual ela perdeu a bola ou, neste caso, por que ela não estava na posição correta. É um trabalho em equipe.”

https://twitter.com/CazeTVOficial/status/1685257451304546304

A seleção brasileira agora inicia a preparação para enfrentar a Jamaica no próximo dia 2 de agosto, em Melbourne, às 7h da manhã (de Brasília). Após a vitória jamaicana sobre o Panamá por 1 a 0, o Brasil precisa vencer a partida para garantir a classificação às oitavas da Copa do Mundo. Para conquistar o primeiro lugar do Grupo F, a canarinho ainda depende de um tropeço francês contra o Panamá na última rodada da fase de grupos.

Outros pontos da entrevista coletiva:

Escolha por Geyse no ataque:

“Geyse é uma jogadora muito forte, e quando jogamos com bolas mais altas, ou se você olhar para o gol que nós marcamos, em uma situação de 1 contra 1. O problema hoje foi que, quando você joga a bola muitas vezes nos pés de alguém, e normalmente era ela, nós perdemos a bola. Então não estávamos conectando, é o que estou tentando dizer.”

Mônica, Rafaelle e Marta após a derrota do Brasil para a França. Thais Magalhães/CBF

Entradas de Ana Vitória, Marta e Mônica:

“Nós esperamos que, se você tem Ana Vitória, ela vai fazer algo como desafiar as linhas e correr bastante. Marta, todo mundo conhece Marta e sabe que ela se conecta ao time, e Mônica, foi uma precaução por causa de Antônia. Então você espera que, com uma jogadora como Marta, você consiga uma conexão, e outra jogadora que corra atrás das linhas adversárias. Mas infelizmente, isso nos leva de volta ao ponto chave, que é como podemos fazer esse time manter a bola, ficar com a bola. E eu te digo, nós falamos muito sobre isso, mas quando o jogo fica mais rápido, mais duro, duelos, segunda bola… E o primeiro tempo foi muito difícil para nós. Então isso é algo que nós temos que resolver, como mudar para o próximo jogo.”

Tabu contra a França:

“Acho que vimos um pouco disso, as bolas mais soltas e a parte física. E eu diria que, defensivamente, é difícil enfrentar a França, mas acreditei que nós poderíamos manter a posse, o que não fizemos. Então você pode imaginar que tem um pouco de defesa, quanto mais nós precisarmos defender no nosso campo, o time francês vai ficando melhor. No começo do segundo tempo, em alguns minuos, nós realmente colocamos um pouco mais de pressão em linhas mais altas, mantivemos a bola, e de repente parece outro time.”

Apoio da torcida brasileira em Brisbane:

“Eu não acho que vivi isso antes, era muito barulho, e brasileiros fazem muito barulho e eles nos apoiaram bastante. E por isso foi ainda mais difícil, mais duro, quando nós não vencemos o jogo.”

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

2 respostas

  1. A técnica ‘finge’ que pede desculpas mas no fundo , nas entrelinhas , coloca a culpa nas jogadoras . Super ansiosas não conseguiam manter a bola e erravam passes – vítimas óbvias de uma péssima preparação mental . Quando finalmente conseguimos o empate – resultado que precisávamos – o que uma técnica boa que sabe que o time não está bem faria ? Coloca a Marta para segurar o jogo é acalmar o time . Mas não ! Seguimos na frente tomando contra ataque e um deles resultou no escanteio fatal . Aí no desespero ela coloca a Marta … de centroavante… esta técnica esta perdida e não é de hoje . Escolinha do Tite . #piaout

  2. Nao é bem isso. A franca ocupou o meio, pressionou a jogadora da bola…e avancou as linhas para nao nos deixar jogar e ter posse. Conseguiu todo o primeiro tempo.
    Se a França tivesse vencido seu jogo contra a Jamaica nao entraria da mesma forma. E eu colocaria a monica muito antes, e no meio , ela tem a tempera que outras jogadoras nao tem.
    Porem a decepçao é de todos. Hoje nao nos iludamos: a pressao sobre a Pia, sobre a CBF, sobre a Globo/patrocinadores é pesadissima. Tomara que nao afete demais no jogo decisivo. Mas acredito na classificaçao, vao jogar mais quando exigidas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *