Neste domingo (19), a Seleção Feminina de Futebol entrou em campo para encarar seu segundo compromisso na She Believes Cup. Após estrear com vitória diante do Japão por 1×0 – com gol de Debinha – o Brasil encarou o Canadá no Estádio Geodis Park, em Nashville, no Tennesse, e o placar foi de 2×0 para o Canadá. Os gols foram marcados por Gilles e Viens.
O histórico do confronto entre Brasil e Canadá é muito equilibrado. As duas seleções haviam se encontrado pela última vez em novembro do ano passado, em dois amistosos realizados no Brasil. No primeiro duelo, o Canadá venceu o Brasil por 2×1 e no jogo seguinte, as brasileiras devolveram o mesmo placar na Neo Química Arena.
Desde 1996, Brasil e Canadá já se enfrentaram em 29 oportunidades e, com o resultado de hoje, o histórico aponta 10 vitórias do Brasil, 9 empates e 10 vitórias do Canadá. Sob o comando de Pia, a Seleção Feminina duelou com o Canadá pela oitava vez.
Com mudanças, Brasil comete falhas e conhece a 1ª derrota de 2023
BLOCO UNIDOS DO FUTEBOL FEMININO! As 11 iniciais da @SelecaoFeminina e @CANWNT já estão a postos para a partida de logo mais. A bola rola às 20h30, com transmissão do @sportv. pic.twitter.com/TJmfc9NzB8
— Dibradoras (@dibradoras) February 19, 2023
Para este jogo contra o Canadá, Pia fez sete alterações na equipe. A zagueira Tarciane foi testada na lateral direita e a zaga foi formada por Kathellen e Lauren (nos lugares de Rafaelle e Tainara). Ary Borges voltou ao meio de campo (no lugar de Julia Bianchi) após ser poupada fisicamente no primeiro duelo da competição, contra o Japão. Adriana cedeu lugar à Nycole (que jogou somente a segunda etapa contra as asiáticas) e Ludmila ganhou lugar no ataque, deixando Bia Zaneratto no banco de reservas.
Nos primeiros 15 minutos de jogo, o Brasil tentou se lançar ao ataque e até criou uma boa oportunidade com Ludmila, mas foi o Canadá que se aproveitou da falta de entrosamento da linha defensiva brasileira e incomodou a zaga em três oportunidades.
Com uma zaga totalmente nova, as bolas longas com infiltrações das canadenses deram certo e Lorena precisou fazer uma importante defesa em um chute cruzado de Beckie pelo lado direito.
No meio de campo, Geyse e Nycole tentavam acelerar as jogadas para servir Debinha e Ludmila no ataque. O Brasil passou a fazer uma marcação alta e pressionar a saída de bola das atuais campeãs olímpicas.
Quando o Brasil estava evoluindo na partida, acabou errando na saída de bola e cedeu um escanteio ao Canadá. Na cobrança pelo lado direito, acabou sofrendo o primeiro gol aos 30 minutos. Gilles apareceu por trás da zaga e subiu sozinha para cabecear. A zagueira Lauren escorregou na hora marcação e a camisa 14 colocou a bola na trave e, depois, dentro das redes do gol de Lorena.
Aos 36 minutos, Pia mexeu na equipe. Ary Borges – que havia sido poupada no duelo contra o Canadá – cedeu à lugar Ana Vitória, mas a alteração foi por uma opção tática da treinadora sueca e não física.
Após o gol, o Brasil sentiu a pressão, se desconcentrou e passou errar muitos passes (curtos e longos). Antes mesmo da primeira etapa acabar, as jogadoras brasileiras foram para o aquecimento, indicando que o time poderia voltar a campo modificado para os 45 minutos finais.
Gol de Gilles que vai dando a vitória para o Canadá, contra o Brasil, pela segunda rodada da SheBelieves Cup.pic.twitter.com/aIoqyTw9Po https://t.co/9e70PF7EZl
— Dibradoras (@dibradoras) February 20, 2023
E foi o que aconteceu. Rafaelle entrou no lugar de Tarciane para organizar a zaga. Com essa alteração, Lauren passou a atuar como lateral direita nos momentos com posse de bola.
No início da segunda etapa, o time brasileiro deixou evidente um problema persistente que precisa ser corrigido com urgência: a efetividade do ataque diante de boas oportunidades de gol. Foram três lances desperdiçados na sequência por falta de capricho.
Com seis minutos da etapa final, a primeira boa oportunidade de empatar o jogo veio em uma rápida descida ao ataque puxada por Kerolin. A camisa 9 serviu Debinha livre, de frente pra área, mas a atacante não finalizou bem.
Minutos depois, o Brasil perdeu mais duas boas chances. Uma na descida pela direita com Geyse e com Debinha chutando pra fora e depois com Ludmila, que entrou na área em velocidade, mas demorou demais para finalizar e facilitou a defesa da goleira canadense.
Depois das chances desperdiçadas, Pia mexeu na parte ofensiva, colocando Bia Zaneratto, Adriana e Marta em campo, mas o time demorou para mostrar sinais de melhora. O melhor lance foi criado perto dos 25 minutos com Bia puxando um ótimo contra-ataque, mas na hora de servir Ludmila, a zaga canadense afastou.
O castigo chegou minutos depois, após uma sequência de falhas do Brasil. Numa saída de bola errada pelo meio, o Canadá recuperou a bola e se lançou ao ataque. Na sequência, após cobrança de lateral, Geyse cometeu uma falta boba pelo lado esquerdo e, na cobrança de bola parada de Fleming, saiu o segundo gol das adversárias com Viens, aproveitando a falha da defesa brasileira que não conseguiu afastar o perigo.
Viens ampliou o placar para o @CANWNT.pic.twitter.com/YJaoKD3pOq https://t.co/YJKOL58cCd
— Dibradoras (@dibradoras) February 20, 2023
O Brasil passou a incomodar o Canadá perto dos 36 minutos, exigindo boas defesas da goleira Fleming, mas a equipe de Pia deixou o campo derrotada, com pontos importantes para serem corrigidos e com um jogo decisivo e importante diante dos Estados Unidos na próxima quarta-feira (22), às 21h10.
50 jogos de Pia na Seleção Brasileira
A técnica Pia Sundhage atingiu um marco importante no dia de hoje ao entrar em campo como treinadora do Brasil pela 50ª vez. Sob seu comando desde 2019, o time alcançou 31 vitórias, 11 empates e 8 derrotas, com 116 gols marcados e 36 sofridos.
Após a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 – em que o time brasileiro foi eliminado pelo Canadá nas quartas de final -, a treinadora sueca iniciou uma grande renovação no elenco brasileiro, abrindo espaços para atletas mais jovens, visando a campanha para a Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 0X2 CANADÁ
Gols: Gilles e Viens
BRASIL: Lorena, Tarciane (Rafaelle), Kathellen, Lauren, Tamires; Ary Borges (Ana Vitória), Kerolin (Marta), Geyse e Nycole (Adriana); Ludmila (Gabi Nunes) e Debinha (Bia Zaneratto).
CANADÁ: Fleming, Sheridan, Chapman, Buchanan, Grosso (Schmidt), Awujo (Zadorsky), Lawrence (Lacasse), Gilles (Sinclair), Beckie (Hiutema), Leon (Viens) e Rose.