Os caminhos rumo ao título da Eurocopa Feminina começaram a ser traçados no dia 6 de julho com a Inglaterra vencendo a Áustria por 1 a 0 e colocando no Old Trafford 68.871 torcedores (o maior público da história da competição até aqui). Passada a primeira fase e agora com as semifinais definidas, ficou claro que as anfitriãs terão que brigar duro com outra favorita ao primeiro lugar: a Alemanha.
A oito vezes campeã da Eurocopa alcançou – junto com as donas da casa – 100% de aproveitamento na fase de grupos. As comandadas de Martina Voss-Tecklenburg estavam no considerado grupo da morte, com Espanha, Dinamarca e Finlândia.
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Hegemonia alemã
Na estreia, a Alemanha goleou a Dinamarca por 4 a 0 e logo depois não teve vida tão fácil contra a Espanha, que mesmo perdendo por 2 a 0 se instalou no campo defensivo alemão, mantendo 70% de posse de bola e consolidando a zagueira Hegering como a melhor da partida. Para fechar a fase, mais um placar confortável: 3×0 contra a Finlândia.
A Alemanha chegou às quartas de final sem levar gols e evoluiu seu jogo durante os três primeiros compromissos. Diversos nomes do elenco se destacam num coletivo que tem como ponto forte a marcação (desde a pressão na saída do adversário): Oberdorf, Magull, Lattwein, Klara Bühl, Sara Däbritz. Mas, é Alex Popp que merece ser referenciada neste time.
Após perder as duas últimas Euros e ficar um ano sem defender a seleção por conta de lesões, a campeã olímpica de 2016 e capitã da equipe deu a volta por cima e nesta edição do torneio marcou gols em todas as partidas, inclusive na vitória por 2 a 0 contra a Áustria (Magull fez o primeiro), que garantiu o time nas semis.
Inglesas jogam em casa
Passando o carro na primeira fase – foram 14 gols marcados, nenhum sofrido e a maior goleada já registrada na história da Euro tanto feminina quanto masculina (8×0 diante da Noruega, goleando também a Irlanda do Norte por 5 a 0) – a Inglaterra não teve a vida tão fácil assim quando pegou a Espanha na outra chave das quartas de final. Chegou como favorita, mas teve dificuldades.
A Espanha, que perdeu a principal referência da equipe, Alexia Putellas, um dia antes da competição começar, colocou muita dificuldade no bom time montado pela atual campeã da Euro, Sarina Wiegman (que comandou a Holanda em 2017). Inclusive, as espanholas abriram o placar com Esther González.
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Demorou 30 minutos para Ela Toone empatar o jogo, e a essa altura o cronômetro já marcava 40 minutos do segundo tempo. A prorrogação veio e a virada inglesa também, com Stanway, e o placar final foi de 2 a 1. Mais uma vez a Espanha consagrou uma zagueira adversária como melhor do jogo, desta vez foi Millie Bright.
A Inglaterra avançou de fase com o melhor ataque do torneio até aqui (16 gols marcados), com a artilheira do time (Beth Mead, com três gols) e na liderança em assistências (Beth Mead e Fran Kirby, cada uma com três). Aliás, a atleta do Arsenal quase fez como Alex Popp, que marcou gols em todos os jogos, mas passou em branco diante da Espanha.
Suécia e França correm por fora nas semifinais
Após a prata olímpica de 2021 e o bronze da Copa do Mundo de 2019, a Suécia chegou nesta Euro disposta a conquistar mais uma taça e também de maneira mais recente (quando conquistou a Europa o ano era 1984). Líder do Grupo C, estreou com empate em 1 a 1 contra a Holanda, venceu a Suíça por 2 a 1 e goleou Portugal por 5 a 0.
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Contra a Bélgica nas quartas, fez o café com leite e venceu o jogo por 1 a 0 (gol de Semblante) faltando um minuto para acabar a partida (o controle mental e a experiência em grandes decisões foram determinantes para o resultado acontecer). Se pretendem passar pela Inglaterra agora nas semis, Angedal, Asllani, Rolfö e companhia precisarão fazer mais do que mostraram até aqui.
Não foi nada fácil para a França passar pela atual campeã Holanda. Depois do duro golpe de perder Katoto, referência no ataque, para o restante da competição e também da temporada (que ainda vai começar), as comandadas de Corinne Diacre suaram para furar a espetacular goleira adversária, Daphne van Domselaar.
Foram 33 chutes, sendo 11 no alvo (a Holanda deu apenas um), testando a todo momento a defesa holandesa, que ia muito bem até Janseen cometer pênalti em Cascarino já na prorrogação. Como já havia perdido uma cobrança quando a França venceu a Bélgica por 2 a 1 na fase de grupos (que ainda teve goleada contra a Itália por 5 a 1 e empate com a Islândia em 1 a 1), Wendie Renard não foi para a bola, e ficou com Périsset a missão de classificar a equipe para a primeira semifinal de Eurocopa da sua história. Uma geração promissora que venceu a Euro Sub-19 em 2019 agora terá que se provar diante da Alemanha.
La France est en demi-finale
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Disputada desde 1984, a Euro feminina viu a Inglaterra chegar duas vezes à final: a primeira em 1984 e a segunda em 2009. A Alemanha, maior campeã da competição, tem oito títulos, seguida pela Noruega (2), Suécia (1) e Holanda (1). Esta última foi a sede e campeã da edição de 2017.
A primeira partida da semifinal será entre Inglaterra x Suécia, nesta terça-feira (26), às 16h. E no dia seguinte (quarta, 27), na mesma hora, é a vez de Alemanha x França. Ambas as partidas terão transmissão da ESPN e do Star+