A nona edição da Copa América Feminina acontece na Colômbia entre os dias 8 a 30 de julho. Em comparação com a última, realizada no Chile, a deste ano terá o dobro de técnicas mulheres na beira do gramado.
Em 2018, Vivian Ayres, ex-atacante, comandava o Peru e deixou o torneio com três derrotas e um empate em quatro jogos. Wendy Villón, com o Equador, perdeu todas as quatros partidas que disputou.
Neste ano, Pia Sundhage (Brasil), Emily Lima (Equador), Rosana Gomez (Bolívia) e Pamela Conti (Venezuela) são as representantes femininas no comando técnico dos times. Uma delas pode ser, inclusive, a primeira mulher treinadora a vencer a Copa América Feminina.
Pia Sundhage – Brasil
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A técnica da Seleção Brasileira Feminina chegou em 2019 com a missão de comandar o processo de reformulação do time, que por décadas teve no trio Marta, Formiga e Cristiane seu pilar de conquistas. Segunda mulher na história a assumir o time feminino brasileiro, a sueca tem na bagagem a conquista de duas medalhas de ouro olímpicas comandando os Estados Unidos (2008 em cima do Brasil, inclusive, e 2012, quando foi eleita a melhor técnica do futebol feminino pela Fifa), além de um vice-Mundial também com as americanas (2011).
Na Rio 2016, treinava a Suécia e eliminou o Brasil nos pênaltis nas semifinais logo após ter eliminado os Estados Unidos, também nas penalidades, nas quartas – a seleção brasileira havia vencido o time de Pia na primeira fase por 5 a 1. Na final, as suecas perderam para as alemãs e ficaram com a prata.
Como atleta, Pia foi um dos principais nomes da seleção do seu país, estreando com a camisa nacional aos 15 anos. Se tornou jogadora em uma época em que futebol era um esporte proibido para mulheres e aos 7 anos de idade precisou se fingir de menino para poder jogar um campeonato. Com a Suécia, foram 146 partidas e 71 gols marcados.
No comando da seleção brasileira, até então são 35 jogos com 19 vitórias, 5 derrotas e 11 empates. O Brasil busca seu oitavo título de Copa América (é o maior vencedor), e Pia o seu primeiro com a Canarinho.
Emily Lima – Equador
Primeira mulher a comandar o Brasil, Emily agora treina a seleção do Equador. Em 2021 completou 10 anos atuando na área técnica, e atualmente encara um dos maiores desafios de sua carreira: levar o time equatoriano à Copa de 2023 – o melhor resultado da equipe até então foi a classificação para o Mundial de 2015, realizado no Canadá, primeira e única vez em que a equipe profissional feminina disputou uma Copa do Mundo.
Sua passagem pela seleção brasileira durou apenas 10 meses, quando foi demitida sob a justificativa de maus resultados – na época, diversas jogadoras se manifestaram contra a demissão da treinadora e pediram dispensa da equipe (casos de Andréia Rosa, Maurine, Fran, Rosana e Cristiane). No ano seguinte, Emily assumiu o Santos, onde se tornou campeã paulista e vice da Libertadores (no início da carreira de técnica passou por Juventus e seleção de base).
Como atleta, jogou bola por aproximadamente 15 anos, defendendo o São Paulo, entre outros clubes do Brasil, e indo para a Espanha atuar por lá. Se naturalizou portuguesa e defendeu a seleção lusitana entre 2007 e 2009. Encerrou sua carreira no Napoli, da Itália, aos 29 anos por conta de uma lesão no joelho.
Rosana Gomez – Bolívia
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A “La Verde” trouxe Rosana Gomez para comandar o time nesta Copa América e mirou em um nome de expressão no continente. Natural da Argentina, a ex-meia defendeu por muito tempo o Boca Juniors, onde conquistou 18 títulos e jogou Libertadores da América. Pelo seu país, disputou os Mundiais de 2003 e 2007.
O nome de Rosana ganhou força na Bolívia pelo seu conhecimento com as categorias de base. Em 2017 comandou a Seleção Argentina Universitária nos Jogos de Taipei e deve fazer um trabalho de longo prazo na seleção boliviana com o objetivo de mudar a imagem do futebol feminino no país. A ex-atleta também tem no currículo o trabalho como Instrutora de Futebol Feminino na Conmebol na área de Desenvolvimento.
Pamela Conti – Venezuela
Mais uma seleção que aposta na experiência internacional de uma ex-atleta. Pamela Conti nasceu em Palermo-ITA e defendeu a seleção italiana na Eurocopa de 2005 e 2009. Ainda quando era atacante, passou pelo futebol russo, espanhol, sueco e de seu próprio país.
Chegou para comandar a Venezuela em 2019 após a federação venezuelana passar quatro meses analisando nomes e perfis de comandantes. Assim que assumiu, Pamela Conti ressaltou a importância de um trabalho tático sério e o acesso às principais ferramentas de desenvolvimento, elogiando, inclusive, o Centro de Alto Rendimento do estado de Yaracuay, destinado às concentrações da equipe feminina.
Assim como Pia Sundhage no comando da seleção brasileira, Conti sofreu com o atraso na preparação da sua equipe devido a pandemia da Covid-19. Na data da Fifa de abril de 2021, a treinadora ficou com seu time em Bilbao, na Espanha, para uma fase de preparação.
A estreia das treinadoras na Copa América
O Brasil estreia nesta Copa América 2022 diante da Argentina no dia 9/7, às 21h (horário de Brasília), mesmo dia do primeiro jogo da Venezuela no torneio, contra o Uruguai, às 18h (horário de Brasília). Bolívia e Equador se enfrentam na abertura da competição no dia 8/7, também às 18h (horário de Brasília).