A seleção brasileira entrou em campo nesta quarta-feira pela última vez para fechar sua participação no Torneio Internacional de Manaus e a temporada de jogos em 2021. Diante do Chile, o Brasil disputava o título – as duas seleções haviam vencido os dois jogos anteriores – e garantiu uma vitória por 2 a 0 com gols de Kerolin e Gio Queiroz.
Depois das goleadas contra a Índia por 6 a 1 e contra a Venezuela por 4 a 1, era esperado que o jogo contra o Chile oferecesse maior dificuldade ao Brasil. A seleção chilena é a melhor colocada do ranking da Fifa comparada às outras adversárias do torneio e tem a melhor goleira do mundo (ou, no mínimo, uma das três melhores), Christiane Endler.
Por isso, o Brasil foi com sua força máxima, escalando suas principais jogadoras entre as titulares – diferente dos outros dois jogos, quando optou por fazer testes com jogadoras mais jovens. Exceção feita às duas zagueiras, ainda menos experientes na seleção, e à Ary Borges, que atuou aberta onde normalmente joga Adriana, o resto do time já tinha uma rodagem nesses jogos depois da Olimpíada e, consequentemente, um entrosamento maior.
No início do primeiro tempo, o Brasil até sofreu um pouco pelo lado esquerdo defensivo, onde o Chile explorava espaços entre a zagueira Daiane e a lateral Tamires. Mas logo houve um ajuste defensivo, a seleção conseguiu pressionar bem no campo de ataque, roubar muitas bolas e não sofreu ameaças.
Com algumas boas oportunidades no primeiro tempo, o Brasil não conseguiu abrir o placar. Mas no segundo tempo, logo no início, em boa jogada iniciada lá atrás pela goleira Letícia culminou num belo gol da Kerolin. Depois, já nos últimos minutos da etapa final, Gio roubou uma bola no campo de ataque e fez o segundo da seleção.
Com isso, o Brasil encerrou sua participação no Torneio Internacional de Manaus com 3 vitórias, 12 gols marcados e dois sofridos.
Esse foi o primeiro jogo do Brasil sem levar gols desde o fim dos Jogos Olímpicos. E em todas as sete partidas depois de Tóquio, a seleção saiu de campo marcando pelo menos um gol.
O jogo
Depois de muitos testes feitos nos primeiros dois jogos contra Índia e Venezuela, a técnica Pia Sundhage foi a campo com suas principais jogadoras, no time considerado “titular” desde os Jogos Olímpicos. Entre as titulares, Letícia no gol, Antonia na lateral direita, Tainara e Daiane na zaga, e Tamires na lateral esquerda; Duda e Angelina formavam a tradicional dupla no meio, com Ary Borges e Kerolin mais abertas; no ataque, a dupla mortal Marta e Debinha.
A primeira chance do Brasil veio aos 13 minutos, quando Kerolin recebeu a cobrança de lateral pela esquerda, foi costurando, se livrando da marcação e deu ótimo passe para Ary que infiltrava na área pela direita. A meia chutou por cima do gol.
Aos 19, uma chance na bola parada. Após a cobrança de escanteio da Ary, a bola fica no bate-rebate, cai nos pés da Debinha que cruza e Kerolin leva perigo no cabeceio.
Aos 34, Marta iniciou uma jogada pela esquerda, cruzou rasteiro, a bola passou por todo mundo, a lateral Antonia apareceu para recuperar e fez linda jogada, com passe perfeito para Debinha finalizar pra fora, passando perto do gol de Endler.
O Brasil usou bem sua característica de subir a marcação e incomodou muito a construção do Chile. Conseguiu roubar bolas no campo de ataque ou na intermediária, como pede a técnica Pia Sundhage.
No início do segundo tempo, o Chile chegou a levar perigo, e passou a pressionar a saída de bola do Brasil. Mas logo aos seis minutos, a seleção fez uma jogada espetacular e muito aguda. Saída de bola de pé em pé, Tamires recebe pela esquerda, estica o passe para Ary Borges que avançava pela esquerda. Na velocidade, eram quatro jogadoras do Brasil chegando na área contra três defensoras chilenas. Ary tocou para Kerolin que chegava pela direita pra finalizar no fundo da rede. O primeiro gol sofrido por Endler neste torneio.
MAIS UMA VEZ ELAAAA!!!!
Ary Borges arranca pela esquerda e cruza na área, encontrando Kerolin do outro lado. A camisa 21 abre o placar do jogo.
BRA 1×0 CHI
6min 2T— Dibradoras (@dibradoras) December 2, 2021
O jogo ficou mais morno depois do gol, com poucas oportunidades de gol para os dois lados. A técnica Pia Sundhage fez alterações, colocou Bruninha pra jogar na lateral, Adriana para atuar aberta e Gio para fazer dupla com Marta no ataque. Ana Vitória e Ivana também entraram para jogar pelo meio. Depois, Geyse completou o ataque da seleção quando a camisa 10 deixou o campo.
Aos 38, o Brasil conseguiu ampliar o placar naquele perde-pressiona característico desde que Pia chegou. Após uma tentativa brasileira mal-sucedida no ataque, o Chile ficou com a bola, mas a seleção ficou em cima para pressionar. Aí Gio percebeu o passe lento da chilena na zaga, roubou a bola e finalizou para o fundo das redes.
Aos 47, Adriana fez boa jogada pela esquerda e levou perigo para o gol de Endler. Dois minutos depois, em bola esticada, Geyse saiu em velocidade pela direita e teve boa finalização. Mas o placar ficou por isso mesmo: 2 a 0 e título garantido.