Nesta sexta-feira (06), o futebol feminino conheceu uma equipe campeã olímpica pela primeira vez. No International Stadium Yokohama, a grande campeã só foi consagrada nos pênaltis. Após empate em 1×1 no tempo normal (gols de Blackstenius e Fleming) e na prorrogação, a decisão veio nas cobranças de pênaltis.
Com grande atuação das goleiras Labbe e Lindahl, a vitória foi das canadenses, por 3×2, com o último gol convertido por Julia Grosso, de apenas 20 anos.
O Canadá conquistou a medalha de ouro inédita para seu país após ter ficado com o bronze em duas ocasiões (Londres-2012 e Rio-2016). A Suécia, que havia sido vice-campeã na Rio-2016, ficou novamente com a prata.
Treinada por Peter Gerhardsson, a Suécia foi a campo com: Lindahl, Glas, Ilestedt, Bjorn, Eriksson, Angeldahl, Asllani, Seger, Jakobsson, Blackstenius e Rolfo.
Comandada por Bev Priestman, o Canadá iniciou a partida com: Labbé, Chapman, Buchanan, Quinn, Lawrence, Scott, Sinclair, Gilles, Prince, Beckie e Fleming.
O jogo
No começo da partida, a tática era clara: a Suécia queria ter a posse de bola e o Canadá apostando no contra-ataque. E foi em uma rápida saída de bola que as canadenses tiveram a primeira chance em um cabeceio de Vanessa Gilles. A camisa 14 subiu sozinha, mas a bola foi pra longe do gol.
A Suécia seguiu buscando controlar o jogo e perto dos 16 minutos a equipe conseguiu finalizar, após uma bela troca de passes. Blackstenius acionou Rolfo e a camisa 18 chutou para o gol canadense, mas a goleira Labbe defendeu em dois tempos.
O Canadá respondeu aos 20 minutos quando Quinn fez um belo lançamento pata Prince, pelo lado esquerdo. Ela avançou com perigo e cruzou para a área, mas a bola saiu, passando perto do gol, sem encontrar nenhuma finalizadora.
Perto dos 25 minutos, a Suécia passou a dominar o meio de campo. Conseguindo ganhar divididas e fazer a bola girar, elas chegavam ao ataque com facilidade, principalmente pelas laterais. Em um desses avanços, a goleira canadense foi exigida após cruzamento na área encontrar com Jakobsson. Labbe se esticou toda e evitou que sua equipe ficasse atrás no placar.
29′ Sofia Jakobsson nära med en nick. Tvingar Stephanie Labbé till en vass räddning.
0-0 | #SWECAN | #Tokyo2020 pic.twitter.com/X3YdzuuZLd
— Svensk Fotboll (@svenskfotboll) August 6, 2021
Mas, não demorou muito para que a força sueca aparecesse. Aos 33 minutos, Rolfo roubou a bola no meio de campo, serviu Asllani pela direita. A camisa 9 cruzou rasteiro na área e Blackstenius finalizou forte para o gol, com a bola passando perto das mãos da goleira canadense e morrendo no fundo das redes: 1×0.
No primeiro tempo, a Suécia teve uma ligeira dominância na posse de bola (56% contra 44% do Canadá), mas o time europeu buscou mais o gol, finalizando 10 vezes e três delas na direção do gol. O Canadá finalizou três vezes, mas nenhuma direto ao gol.
Na segunda etapa, o Canadá voltou mais propositivo, buscando o ataque, e a Suécia se retraiu um pouco. Mesmo com dificuldades para distribuir o jogo e achar espaços na parte ofensiva, a grande chance da equipe canadense aconteceu aos 20 minutos da segunda etapa.
Com a ajuda do VAR, a árbitra marcou um pênalti após checar o lance em que Ilestedt faz falta em cima de Sinclair dentro da área. Na cobrança, a camisa 17, Fleming, cobrou no canto esquerdo e deixou tudo igual.
A Suécia sentiu o empate e a o Canadá partiu para o ataque. Perto dos 25, Lawrence lançou a bola para área pelo lado direito, Lindahl saiu mal do jogo e Lawrence novamente pegou o rebote e arrematou para o gol, mas a defensora sueca afastou a bola que ia em direção ao gol.
Em novo cruzamento, a bola rodou de pé em pé entre as canadenses até encontrar Fleming no lado esquerdo, mas o chute da camisa 17 passou por cima do gol de Lindahl.
Aos 33 minutos, após cobrança de lateral na esquerda, Asllani recebeu a bola, fez o pivô e ajeitou para Rolfo finalizar. O chute da camisa 18 foi forte, mas saiu pelo canto esquerdo de Labbe.
Nos minutos finais, o jogo ficou totalmente aberto. As duas equipes estavam visivelmente cansadas, mas seguiram buscando o ataque a todo instante. Sem nenhuma chance clara, o jogo foi para a prorrogação. E durante os 30 minutos extras, o placar permaneceu igual: 1×1.
Na decisão por pênaltis, Asllani abriu as cobranças e viu seu chute parar na trave direita de Labbe. Na sequência, Fleming deslocou Lindahl e fez 1×0. Depois foi a vez de Bjorn cobrar, ela bateu no lado esquerdo e empatou, 1×1.
A segunda batedora do Canadá foi Lawrence e aí foi a vez de Lindahl defender a cobrança da camisa 10 canadense. Schough foi para a cobrança e converteu, deixando a Suécia na frente, 2×1.
Giles foi a terceira cobradora canadense e seu chute parou no travessão de Lindahl. Anvergard cobrou na Suécia e Labbe voou no canto esquerdo para defender.
A quarta cobrança do Canadá foi de Leon e, mais uma vez, Lindahl defendeu. E aí, foi a vez da experiente Caroline Serge chutar e isolar a cobrança.
A canadense Rose chutou no alto, sem chance para Lindahl e deixou tudo igual, 2×2. Pela Suécia, Andersson foi para a batida e chutou baixo, rasteiro, facilitando a defesa de Labbe.
A sexta cobrança do Canadá foi de Grosso, de apenas 20 anos, que entrou no segundo tempo da partida. Lindahl chegou a tocar na bola, mas ela entrou. E assim, o Canadá conquistou sua inédita medalha de ouro em Jogos Olímpicos.
Histórico das equipes medalhistas no futebol feminino
Atlanta-1996: Estados Unidos (ouro), China (prata) e Noruega (bronze
Sydney-2000: Noruega (ouro), Estados Unidos (prata)e Alemanha (bronze)
Atenas-2004: Estados Unidos (ouro), Brasil (prata) e Alemanha (bronze)
Pequim-2008: Estados Unidos (ouro), Brasil (prata) e Alemanha (bronze)
Londres-2012: Estados Unidos (ouro), Japão (prata) e Canadá (bronze)
Rio de Janeiro-2016: Alemanha (ouro), Suécia (prata) e Canadá (bronze)
Tóquio-2020: Canadá (ouro), Suécia (prata) e Estados Unidos (bronze)