A seleção brasileira terá seu segundo desafio nesta Olimpíada neste sábado (24) contra a Holanda. O adversário é considerado o mais difícil do grupo e um candidato a medalha. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (23), a técnica Pia Sundhage falou sobre as estratégias que o Brasil precisa adotar para tentar sair desse jogo com a vitória.
“Eu acredito que a Holanda é o time mais forte que vamos enfrentar no grupo. Elas têm uma boa personalidade ofensiva e grandes jogadoras de ataque. Eu lembro em 2017, treinando a Suécia contra a Holanda, e elas nos tiraram nas quartas de final (da Eurocopa). Elas têm uma treinadora experiente, que está tendo sucesso há bastante tempo, e eu tenho muito respeito pelo time”, afirmou a treinadora.
Há um retrospecto importante a ser lembrado do Brasil contra a Holanda. A seleção nunca perdeu para as holandesas no futebol feminino. No entanto, também não houve tantos confrontos desde que a Holanda se tornou campeã da Eurocopa e vice-campeã mundial, após um excelente trabalho para desenvolver a modalidade por lá.
De toda forma, a própriar! Pia, no comando da seleção, enfrentou as holandesas no início de 2020 e conseguiu segurar o forte ataque das adversárias em um 0 a 0. Sobre esse novo encontro com o time comandado por Sarina Wiegman, ela afirmou:
“Se há boas coisas na história, como nunca ter perdido para a Holanda, é claro que é algo que você pode trazer para as jogadoras, e trazer uma atitude positiva para a partida. Mas, ao mesmo tempo, cada jogo é único. A última partida que jogamos é uma lição para a próxima. Eu gostaria de lembrar que esse é o segundo melhor time do mundo, jogaram a final da Copa há dois anos, têm as mesmas jogadoras, uma boa treinadora.”
“Dito isso, nós fizemos nosso dever de casa, e acho que temos uma ideia de como vencê-las, com nossos pontos fortes e explorando as fraquezas delas”, disse.
Assim como Formiga disse na coletiva desta sexta-feira, Pia também reforçou a importância da “compactação” da seleção brasileira para não deixar espaços para a Holanda explorar em velocidade – já que as atacantes delas são rápidas, principalmente pelos lados.
“Mas a fórmula para a vitória, na verdade, é a palavra compactação, tanto na defesa como no ataque. Claro que falamos sobre isso, treinamos um pouco um posicionamento mais ativo, especialmente na defesa. Mostramos imagens e também enfatizamos a importância de, quando tivermos a bola, manter a posse e ter compactação”, afirmou. Ela também ressaltou a importância do Brasil saber usar sua velocidade no ataque, citando os gols que a Holanda tomou contra a Zâmbia.
“É um bom exemplo: se um bom time como a Holanda leva gols, claro que vamos mostrar e falar sobre isso. Nós temos que explorar nossas forças, e uma das nossas forças é a velocidade. Não só ir do ponto A para o B, mas mudar a velocidade, mudar direções, uma combinação dessas coisas. Se fizermos isso no momento certo, acho que podemos ter sucesso contra a defesa da Holanda. Mas não podemos só esperar esse momento. É importante jogar nos espaços, para tentar conseguir um passe que entre na defesa, não apenas jogar com bolas longas, porque esse não é o nosso estilo.”
Sobre a comparação do Brasil hoje com aquele Brasil que empatou com a Holanda em março de 2020, Pia falou que vê a defesa brasileira mais sólida.
“Também, se você olhar para o meio-campo, acho que somos mais sólidas em relação à defesa, comparado com aquele jogo. Tínhamos que lidar com as situações de uma contra uma antes, e acho que vamos ter que lidar com isso amanhã de novo. Eu diria que vamos trabalhar juntas um pouco melhor e cobrar umas as outras quando a Holanda atacar. No nosso ataque, temos duas jogadoras na frente que criam chances para chegar ao gol ou mesmo jogando atrás da linha defensiva, e acho que essa é a grande diferença em relação ao último jogo”.
Brasil e Holanda entram em campo neste sábado às 8h com transmissão da Globo, Sportv e Bandsports. Acompanhe a cobertura das #DibrasEmTóquio nas redes sociais das Dibradoras.