Quem é Pia Sundhage, a técnica que vai tentar levar o Brasil ao ouro em Tóquio

“Tóquio 2020, eu já escuto os teus sinais”, a frase que remete à música de Alceu Valença se tornou lema da seleção brasileira feminina de futebol. E tudo por conta de Pia Sundhage.

A técnica do Brasil se apaixonou pelas nossas músicas logo que desembarcou por aqui, no segundo semestre de 2019. É comum vermos vídeos da Pia cantando “Raça Negra”, fazendo dancinha de Tik Tok, interagindo com as atletas. É carisma puro!

E já que estamos em clima de Olimpíada, vamos conhecer um pouco mais sobre a sueca que tem a missão de trazer o tão sonhado ouro olímpico para o nosso Brasil? Bora!

Começo como ‘Pelé’

Pia Sundhage nasceu em 13 de fevereiro de 1960, na cidade de Ulricehamn, na Suécia. Jogava bola com os meninos do colégio e por indicação de uma professora conseguiu entrar em um time feminino, onde aos 11 anos disputava espaço com atletas de 30 – e era melhor do que todas.

Como a maior parte das mulheres que sonham em jogar bola, Pia teve que lidar com o preconceito. Apesar de fazer parte da equipe formada por meninos, a pequena sueca não podia participar de campeonatos, e com ajuda de um técnico, a solução foi mudar de nome para se encaixar no “sexo masculino”. Nascia então Pele Sundhage (seria uma referência ao Rei Pelé?), que existiu por 2 anos até ser descoberta e ter que deixar o time.

Pia foi convocada para a seleção sueca pela primeira vez aos 15 anos. Com a camisa do time nacional, jogou a Copa Europeia de 1984, da qual foi campeã e artilheira, e também disputou os Mundiais de 1991 e 1995 e a Olimpíada de 1996. Em 1989, se tornou a primeira mulher a marcar um gol num jogo feminino no emblemático estádio Wembley, em Londres.

Créditos: Divulgação

Atuando na Suécia a maior parte da sua carreira – exceto quando defendeu a Lazio, em 1985 -, a ex-atleta se aposentou dos gramados em 1996, sendo na época recordista de gols pela seleção sueca com 71 marcados (Hanna Ljungberg e Lotta Schelin ultrapassaram essa marca posteriormente anotando 72 gols cada uma).

A vida de treinadora começou quando Pia ainda era jogadora. Acostumada a palpitar junto com seus técnicos sobre a forma das equipes jogarem, dividiu as funções entre 1992 a 1994, quando defendia as cores do Hammarby (Estocolmo, Suécia).

Em 1998, Pia foi assistente técnica de diversos times da Suécia antes de ir para os Estados Unidos comandar o Boston Breakers, em 2003, onde venceu a liga americana e foi escolhida treinadora do ano. Em 2004 foi scout (olheira) da seleção americana para a Olimpíada de Atenas e três anos depois se tornou assistente técnica da seleção da China na Copa do Mundo. Ali a carreira da comandante decolou.

Créditos: Divulgação/FIFA

Convidada para treinar a seleção dos Estados Unidos, em 2008, venceu a Olimpíada de Pequim – em cima justamente de nós, pobres brasileiras. No Mundial de 2011 perdeu a final para o Japão nos pênaltis (depois de ter nos eliminado de maneira dolorosa nas quartas-de-final) e no ano seguinte, em Londres, foi bicampeã olímpica com as americanas. Após vencer os principais torneios com os Estados Unidos, Pia voltou para a Suécia para treinar a seleção de seu país.

Nós brasileiros tivemos o (des)prazer de reencontrar Pia Sundhage nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Após o Brasil vencer a Suécia na fase de grupos por 5 a 1, fomos eliminadas pela equipe de Pia na semifinal (nos pênaltis) logo depois de as suecas terem passado pelos Estados Unidos nas quartas. Desta vez a treinadora ficou com a prata, já que o ouro foi para a seleção da Alemanha.

No ano seguinte Pia foi cuidar das categorias de base da Suécia. Dois anos depois recebeu o convite para assumir a seleção brasileira feminina, e para a nossa sorte, ela topou!

Créditos: Laura Zago/CBF

Era o início de uma nova era em termos de estrutura, investimento, confiança e reformulação tática e técnica. O Brasil embarcou rumo a Tóquio com uma técnica que busca pela quarta vez consecutiva um lugar no pódio olímpico. Que baita motivo para termos esperança!

Até então, Pia já soma 18 jogos com o Brasil, sendo 11 vitórias, cinco empates e somente duas derrotas. No total, 49 gols marcados e somente oito sofridos. Sob seu comando, 73 jogadoras já tiveram a oportunidade de vestir a camisa amarela.

A estreia da seleção brasileira em Tóquio acontece nesta quarta-feira (21) contra a China, às 5h de Brasília. Em seguida vem a Holanda, atual vice-campeã mundial e campeã europeia, no sábado (24), às 8h de Brasília, e para fechar a fase de grupos, a Zâmbia, na próxima terça-feira (27), às 8h30 do Brasil. Acompanhe a cobertura completa por aqui e pelo instagram das Dibradoras.

Compartilhe

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *