Brasil deu sorte ou azar no sorteio dos Jogos Olímpicos?

Seleção brasileira conheceu seus adversários nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A seleção brasileira já sabe quais serão seus adversários na Olimpíada de Tóquio. Em sorteio realizado nesta quarta-feira, o Brasil caiu no grupo F ao lado de China, Holanda e Zâmbia.

As chinesas são famosas no caminho olímpico da seleção feminina. Na Rio-2016, foram também elas as adversárias da estreia, e o Brasil venceu a partida por 3 a 0 com tranquilidade. Já a Holanda e a Zâmbia serão novidades – a seleção nunca as enfrentou em Jogos Olímpicos.

Quanto às holandesas, tivemos um amistoso recente contra elas no Torneio da França em 2020. Sob o comando de Pia Sundhage, o Brasil conseguiu um bom resultado: 0 a 0. Foi um empate sem gols, mas que significou bastante para um time que estava começando o trabalho com a nova treinadora e enfrentou um adversário complicado, que chegou à final da Copa do Mundo de 2019 e terminou vice-campeão.

São 12 seleções classificadas para a Olimpíada de Tóquio, e as outras chaves ficaram assim: Japão, Canadá, Inglaterra e Chile no Grupo E; Suécia, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia no Grupo G. Avançam para as quartas-de-final os dois primeiros colocados de cada grupo e os dois melhores terceiros colocados no geral.

Foto: CBF

Análise da Pia

A técnica Pia Sundahge fez uma análise sobre o grupo do Brasil nos Jogos. “A China é uma seleção técnica, também um time duro, coeso e agressivo, elas estão se preparando muito para essa competição. A Holanda jogou a final da Copa do Mundo, e sabemos que é um time muito bom, conhecemos todas as jogadoras porque já a vimos muitas vezes. Nesse tipo de partida, as jogadoras das pontas serão muito importantes tanto na defesa quanto no ataque”, afirmou ela ao site da CBF.

“E por último, a Zâmbia, que não sabemos muito sobre o estilo ainda e, por esse motivo, é até melhor que não a enfrentaremos no primeiro jogo, e sim, na última partida. A minha experiência é que elas são sempre muito fortes, rápidas. Talvez não seja a equipe mais organizada taticamente, mas elas estão se preparando para algumas situações de uma contra uma e cruzamentos na área”, avaliou.

Foto: CBF

E aí, deu sorte ou azar?

Considerando os outros grupos, não dá pra dizer que o Brasil “deu azar” neste sorteio. A impressão é de que a seleção está numa situação parecida com aquela da Copa de 2019, quando caiu na chave com Austrália, Itália e Jamaica. Todos sabiam que a Jamaica era a adversária mais “fraca” e que, portanto, provavelmente perderia para todos os outros do grupo. Só que aí veio a Itália e ganhou da Austrália, num resultado surpreendente, que embolou o grupo até o final.

Claro que não é esse nosso desejo e vale lembrar que temos uma treinadora experiente e vencedora em Jogos Olímpicos. Pia Sundhage foi bicampeã olímpica com a seleção americana (2008 e 2012) e foi prata na Rio-2016 com a surpreendente Suécia que eliminou, pasmem!, Estados Unidos nas quartas e Brasil na semifinal (ambos os jogos nos pênaltis).

Preparação

O maior problema para o Brasil hoje é o fato de não conseguir se preparar da forma como seus adversários estão conseguindo para essa Olimpíada. O grande adversário da seleção brasileira neste momento é o coronavírus – e, claro, a péssima gestão do governo brasileiro na pandemia, que nos faz hoje ser o epicentro da Covid-19 no mundo. Por conta disso, a seleção brasileira não conseguiu marcar amistosos na data Fifa de abril (fez apenas treinos na Granja Comary) e está com a mesma dificuldade para confirmar jogos para a data Fifa de maio. Ninguém quer viajar para o Brasil, nem receber jogadoras do país – a logística de viagem, para acontecer, teria que envolver uma quarentena obrigatória (10 dias) para as atletas que viessem do Brasil e isso inviabilizaria a participação delas.

Foto: CBF

“Nós estamos tentando nos preparando o máximo possível e, como todos sabem, não estamos jogando tantos jogos como a China e a Holanda. Então, em relação aos jogos é um pouco incerto, mas teremos mais uma Data FIFA, e eu espero que tenhamos confrontos”, afirmou Pia.

“Depois desse período, imagino que teremos uma melhor ideia da qualidade da equipe brasileira. Nós temos ótimos planos para o período pré-olímpico e isso fará a diferença, porque se você é um time coeso e tem uma plano de jogo, você quer trabalhar o seu DNA e, por isso, você precisa treinar muito”, destaca.

É, meus amigos e amigas. Como diria Galvão Bueno. não tem mais bobo no futebol – e não tem mais bobo no futebol olímpico. Então o negócio é se preparar muito (esperamos que seja possível) e entregar tudo durante a competição. Lembrando que serão 18 jogadoras na lista de convocadas, e os jogos acontecem a cada 72 horas, então o preparo físico precisa estar em dia. Vai dar tudo certo, vamos torcendo no ritmo de “tu vens, tu vens, eu já escuto teus sinais”.

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