Formiga fala de classificação do PSG na Champions: ‘Sempre acreditamos’

Após quase cinco anos de PSG, Formiga viu acontecer o que parecia improvável: a eliminação do poderoso Lyon na Champions League. Desde 2017, quando ela chegou por lá, nunca houve um campeão diferente na competição europeia – aliás, a hegemonia da equipe lyonesse começou até antes, na temporada 2015/2016. De lá para cá, foram cinco títulos consecutivos (são sete na história) na principal competição europeia, com direito a muitas eliminações consecutivas do PSG diante das rivais francesas (teve até um 8 a 0 nas semifinais em 2016). Em 2020, porém, foi o PSG que eliminou o Lyon na Champions League.

Quando o cruzamento se confirmou logo nas quartas-de-final, muitos já decretaram a eliminação do time de Paris, como de praxe. Só que, nesta temporada, já estava sendo diferente. O PSG venceu o Lyon por 1 a 0 no confronto do Campeonato Francês e estava certo de que poderia acabar com a hegemonia delas também na Europa. Foi o que aconteceu no último domingo quando, depois de uma derrota por 1 a 0 (com direito a pênalti polêmico) na ida, o PSG conseguiu uma virada por 2 a 1 na volta e confirmou a classificação para as semifinais.

Quem estava em campo para ajudar o time a conseguir esse feito? Ela mesma, Formiga, aos 43 anos. Pode botar mais um feito na conta dessa mulher, que falou às Dibradoras após a classificação épica.

Foto: Divulgação PSG

“Pra mim, significa muito. Por ter 43 anos, estar jogando em alto nível, e ganhar de um time como o Lyon, não tenha dúvidas de que é gratificante demais. A gente sabe o quanto é difícil jogar e ganhar de uma equipe do nível delas. A gente sabe do nosso potencial, depois do primeiro jogo, da maneira como acabou, a gente tinha a certeza de que não foi justo o placar. Isso fez a gente acreditar ainda mais que era possível”, disse a meio-campista brasileira.

Classificação

A primeira partida, em Paris, terminou com a vantagem do Lyon por 1 a 0 com um pênalti polêmico marcado pela arbitragem, que viu um toque de mão em Formiga. “O primeiro jogo contra o Lyon, todos viram que não foi pênalti, se tivesse o VAR, talvez pudesse ter mudado a história do primeiro jogo. A nossa preparação não foi para levar isso como revanche, ir pra lá com raiva, que a gente estaria se perdendo. A gente sabe da nossa capacidade, sabíamos que teríamos condições de reverter a situação, trabalhamos bem a parte psicológica.”

E trabalharam mesmo, porque o Lyon saiu na frente com um gol de Catarina Macario aos 4 minutos de jogo, mas nem isso abalou as jogadoras do time parisiense. Aos 25, Geyoro empatou e, aos 16 do segundo tempo, o que parecia impossível aconteceu: a melhor zagueira do mundo, Wendie Renard, fez um gol contra. Ao final do jogo, foram 11 finalizações do PSG contra 4 do Lyon, 2 a 1 para as parisienses no placar final – e quem era mesmo o melhor time da Europa?

Foto: Divulgação PSG

“O grupo, em nenhum momento, durante a partida pensou que não teria chances de passar, muito pelo contrário. Pela postura da equipe, estar focada até o último minuto, esse é o espírito da equipe. Eu sou muito grata por, mesmo com 43 anos, ter essa confiança. É sensacional, não ganhamos nada, mas se tratando dessa equipe, a gente levando vantagem, é uma explosão de alegria. Fico feliz de poder ter ajudado o PSG e, até o fim da temporada, espero poder contribuir ainda mais”, disse Formiga, que vive sua última temporada no PSG.

Experiência

Aos 43 anos, essa mulher segue com o mesmo fôlego que tinha quando garota, mas aponta uma diferença da jogadora que começou na seleção brasileira aos 16 anos. “A diferença da Formiga de 16, 17 anos é que a de hoje tem mais experiência, estou mais madura, sem dúvidas isso me ajudou bastante. Dentro e fora das quatro linhas, para ajudar a equipe. Já passei por fases na carreira que outras estão chegando agora e aí tento ajudá-las. Ajudando até mesmo em coisas de fora do futebol. Hoje em dia eu penso muito antes de tomar atitudes, quando mais nova você vai explodindo, chuta o pau da barraca, hoje em dia eu já sei dar uma segurada, esperar o momento certo e a forma certa de falar.”

Foto: Divulgação PSG

O PSG ainda viveu o baque da lesão da meio-campista Luana, companheira de Formiga lá e na seleção brasileira. Ela rompeu o ligamento do joelho em um treino e ficou fora das partidas das quartas-de-final. Mas a jogadora pôde comemorar de longe o feito épico de suas companheiras de equipe – e, sua substituta em campo foi ninguém menos Formiga.

“A gente sempre conversa, antes e depois dos jogos, independente de quem vai jogar. E ela é muito tranquila. Está sempre sorrindo, e leva a vida de uma maneira leve, feliz. No clube, a gente sempre diz: ça va. Tá tudo certo”, disse Luana.

E com Formiga em campo, o sentimento é esse mesmo: tá tudo bem. Foi tudo ótimo para o PSG nessas quartas-de-final e agora a equipe parisiense vai enfrentar o Barcelona nas semifinais (nos dias 25 de abril e 2 de maio).

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