*Por Juliana Lisboa, para a coluna ~dibres com dendê
Na Série A do Campeonato Brasileiro pela primeira vez depois de 31 anos – a última vez que jogou na elite nacional foi em 1987 – o CSA tem algumas metas para 2019.
Uma delas, claro, é se manter na Série A e conseguir elevar o patamar financeiro da equipe alagoana. Outra é fazer com que seu time feminino, apadrinhado pela seis vezes melhor jogadora do mundo, Marta, também chegue à elite do futebol.
Para isso, o azulão vai precisar investir, de fato, na modalidade. E vê na sua pricipal torcedora, a jogadora Marta, uma possível aliada.
“Nossa maior azulina é a melhor jogadora de futebol de todos os tempos. Seis vezes eleita a melhor do mundo. Temos que transformar isso numa vitrine para o nosso futebol feminino”, disse o vice-presidente da agremiação, Omar Coelho. “Estamos estudando uma parceria com ela para conseguir trazer mais patrocínios e apoios à modalidade”, acrescentou, sem dar muitos detalhes.
O uso da figura de Marta faz sentido. Alagoana, ela começou a jogar bola ainda criança e continua torcendo e acompanhando o CSA. Quando o clube subiu à Série A em 2018, por exemplo, ela comemorou pelas suas redes sociais e até disse que jogaria pela equipe masculina se fosse convidada.
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Somos @csaoficial somos Alagoas somos série A 2019 💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙💙
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Tradição x Estrutura
O CSA é um dos poucos clubes nordestinos que já mantinham uma equipe feminina antes da obrigatoriedade imposta pela Conmebol e acatada pela CBF, de que todos os times de Série A e que disputem competições internacionais tenham que manter uma equipe de mulheres. A regra entra em vigor a partir deste ano.
Mesmo sem muita expressão em competições nacionais, as azulinas são referência no estado. Em 2018, foram bicampeãs da Copa Rainha Marta, que é realizada pelo Governo do Estado de Alagoas, e ficaram com o segundo lugar no estadual. Quem ficou com o título, e de forma invicta, foi o União Desportiva.
No ano passado, o CSA não disputou o Brasileiro Feminino. Neste ano, mesmo com a equipe masculina na Série A – o que deu a alguns “times de camisa” uma vaga na Série A2 – a equipe, segundo a diretoria, ainda não tem acesso garantido.
Até o ano passado, a estrutura do time feminino do CSA era inexistente, e as atletas sequer recebiam salário para jogar. “Era uma equipe de abnegados, tanto as jogadoras como a comissão técnica. A equipe sequer treinava, chegava para fazer os jogos e depois um ônibus levava as meninas de volta para suas cidades. Muitas moravam em municípios menores, como Coruripe”, explicou o vice-presidente.
Para esse ano, a estrutura da equipe será outra, com investimento e planejamento. E a projeção do clube é de que a exigência da profissionalização do futebol feminino traga melhorias para as jogadoras a longo prazo.
“A Marta disse que a maior preocupação dela é quando se aposentar. Ou seja, se nem ela, seis vezes eleita a melhor do mundo, tem independência financeira, imagina as demais jogadoras brasileiras. Esse disparate tem que acabar. Pra mim, a melhor coisa que a CBF fez foi acatar essa imposição da Conmebol”, acrescentou.
Investimento
Segundo Omar Coelho, investir na modalidade será um pouco mais fácil a partir desse ano por conta do aumento do orçamento do clube. Os valores ainda não foram fechados, mas a expectativa é que fiquem em R$ 40 milhões, o maior da sua história.
“Ficamos de fazer o orçamento para o futebol feminino ainda em janeiro. O que tínhamos antes era zero. Hoje temos uma expectativa de uma folha de pagamento de R$ 200 mil para jogar o Brasileiro”, disse. Ainda de acordo com o vice-presidente, o clube está estudando uma parceria com escolas para formar um time sub-18 com garotas em idade escolar, já pensando em atender aos requisitos do Brasileiro Feminino Sub-18, novo torneio anunciado pela CBF.
Para o dirigente, a meta, agora, é conseguir jogar a Série A2 e subir para a Série A1. “Queremos ser referência nacional no futebol feminino também. Mas isso vai depender de continuarmos na Série A no masculino, porque aí conseguiremos atingir um novo patamar”