A primeira Copa do Mundo que me vem na memória é a de 1994. Eu tinha só 5 anos, mas tenho alguns flashes de gols, de Romário e Bebeto, e de uma comemoração esquisita balançando os braços de um lado para o outro como quem nina um bebê. Eu não entendia direito, mas me lembro de brincar imitando aquela dancinha.
Em 1998, já com 9 anos, veio minha primeira grande decepção futebolística no Mundial. Lembro exatamente da poltrona em que estava sentada na casa da minha avó vendo a final contra a França. Eu tinha muita dor de garganta aquele dia e mal conseguia falar – mas não pude conter os gritos de “não, não, nããão” em cada um dos três gols franceses.
Aí, quando já estava na adolescência, veio a Copa de 2002, e me arrisco a dizer que foi a melhor para quem é da minha geração. Não só pelo penta, mas também pelos jogos de madrugada, aquela experiência louca de ver futebol tomando café da manhã. Nunca esqueço aquelas quartas-de-final contra a Inglaterra, às 3h da manhã do horário brasileiro, e a família toda na sala comendo pipoca para conter o nervosismo.
Todo brasileiro tem uma história de vida baseada em Copas. Está no nosso DNA viver o futebol intensamente durante aqueles 30 dias do Mundial, reunir as pessoas para ver os jogos, organizar nossas rotinas com base nos horários do Brasil em campo. E é por isso que, a 10 dias desta Copa do Mundo de 2018, nós fazemos um convite: que tal aproveitar essa chance para chamar as meninas pro jogo?
Toda paixão começa assim, vendo um jogo de futebol pela televisão ou chutando uma bola na rua. A Copa é a melhor oportunidade para mostrar também às meninas a magia desse jogo. Elas que, muitas vezes, ficam alheias a esse universo que ainda é (infelizmente) considerado “masculino”, podem gostar, torcer e vibrar tanto quanto qualquer menino se forem “apresentadas” ao futebol da mesma forma que eles.
Por isso, nós lançamos aqui essa campanha. A estreia da seleção brasileira será dia 17 de junho, um domingo excelente para reunir todo mundo (inclusive as meninas e mulheres ao seu redor) para viverem o Mundial intensamente.
A Tarsila, por exemplo, tem só 4 anos de idade e já dá seus primeiros ~dibres no campo incentivada pelo pai Heinar e pela mãe Tati. Os dois já estão prontos para viverem suas primeiras emoções de Copa do Mundo ao lado da pequena – que ainda era recém-nascida no Mundial de 2014.
Aproveite a Copa do Mundo e #chamaameninaprojogo.
OBS: Compartilhe suas fotos ou vídeos com meninas apaixonadas por futebol e ajude a fortalecer essa campanha com a #chamaameninaprojogo. Ao longo da semana, publicaremos outras histórias de meninas e mulheres na Copa do Mundo e, na sexta-feira, reuniremos as fotos compartilhadas em um post final 🙂