*Por Tamara Finardi
A cidade de Carlos Barbosa – RS é conhecida como a capital nacional do futsal. Mesmo carregando esse título, fomos novamente surpreendidos com o anúncio de uma das tradicionais equipes do município, a ACBF (Associação Carlos Barbosa de Futsal), dizendo que os trabalhos da equipe feminina teriam uma “pausa” durante o ano de 2018.
Digo que a declaração surpreendeu, pois há menos de 20 dias a cidade foi palco de um evento representativo para o futsal feminino, onde a seleção brasileira disputou um amistoso contra o Paraguai. Durante o jogo muito se falou da importância de valorizar e apoiar o futsal feminino, mas o que estamos vendo acontecer de fato na cidade que sediou esse evento?
O presidente da ACBF, Bolivar Zuanazzi, informou que a intenção da suspensão das atividades é para planejar a retomada da equipe feminina em 2019. “A diretoria se reuniu e resolveu não ter a equipe feminina em 2018. Mas neste ano vamos elaborar um projeto para voltarmos em 2019 com uma administração mais própria do feminino e uma estrutura melhor para o desenvolvimento das atividades do futsal feminino”.
A equipe feminina da ACBF coleciona diversos títulos e sempre se mostrou atuante no Estadual Gaúcho, inclusive chegando mais uma vez à final da competição durante o ano passado, perdendo o título para a Celemaster em um daqueles jogos brilhantes e de alto nível!
Justamente por isso que volto a questionar que nem os títulos, as goleadas e as grandes campanhas em competições são suficientes para garantir que os trabalhos de uma equipe feminina de futsal tenham apoio e continuidade para prosseguir em competições.
Essa é uma situação semelhante com o que ocorreu há menos de um ano com a equipe feminina MGA: venceu o Estadual Gaúcho de Futsal em 2016 e teve que desistir da competição no ano seguinte por falta de apoio.
Todo esse contexto traz à tona uma realidade: não importa como foi a companha de uma equipe feminina de futsal, ela sempre vai iniciar um novo ano sem a certeza de que o trabalho terá continuidade, em alguns casos tendo que “mendigar” apoio. Isso tudo porque, mesmo quando a equipe feminina está em um clube que abarca o mesmo esporte praticando pelo homens, ela será a primeira carta do baralho a ser descartada diante de qualquer dificuldade.
Estamos na torcida para que se cumpra a promessa de que a equipe feminina da ACBF retome os trabalhos em 2019. Fica minha admiração para as guerreiras do futsal que conseguem manter seus times femininos a cada início de ano. Isso demonstra que a maioria dos “dibres” precisam ser realizados para além da quadra.